16 características do Oracle que fazem falta no PostgreSQL

Bom, depois de escrever sobre algumas vantagens do PostgreSQL em relação ao Oracle, chegou a hora de fazer o inverso. Eis aqui algumas características do Oracle que eu realmente sinto falta no PostgreSQL.

  • Triggers de sistema. O Oracle possui a capacidade de disparar gatilhos quando você inicia o SGDB, quando um usuário se conecta, quando realiza uma operação de DDL, etc. Isso ajuda muito para quem quer realizar auditorias e construir alguns esquemas especiais de segurança. Além disso, o Oracle possui o AUDIT que que é um comando que utiliza uma estrutura pronta para auditar diferentes eventos;
  • O PostgreSQL também tem ferramentas para gerar logs, mas o Oracle realiza isso com maior nível de controle, permitindo especificar uma sessão específica. Isto ajuda muito para monitorar uma ação específica dentro de um ambiente de produção.
  • O Oracle permite de indicar um tablespace separado para o Tablespace TEMP e UNDO. Isto permite um ajuste de desempenho melhor, particularmente colocando o tablespace TEMP em outro disco em aplicações de BI que fazem consultas enormes. É claro que você consegue fazer isto no PostgreSQL utilizando links simbólicos, mas esta não é a forma mais elegante de se fazer isto. A versão 8.3 do PostgreSQL já deve trazer avanços neste sentido.
  • Fine -Grained Access, é uma ferramenta do Oracle que permite o acesso a determinadas linhas de uma tebela de acordo com o perfil do usuário conectado. Este é um recurso interessante que em aplicações corporativas podem ajudar um bocado.
  • Maior flexibilidade na definição dos arquivos de log de transação. No Oracle é possível determinar o tamanho e o local de cada log, além de fazer um espelhamento se você desejar. O PostgreSQL permite alterar o tamanho dos arquivos de log alterando um parâmetro no código fonte e também é possível criar links simbólicos para alterar a posição dos arquivos de log. No entanto, acho que o Oracle tem uma solução mais robusta neste ponto.
  • O Oracle tem a possibilidade de criar tablespaces com diferentes tamanhos de bloco e buffers específicos para cada tamanho de bloco. Num ambiente que mistura características de OLTP com BI, isto pode ser interessante. É claro que oideal seria separar os dois ambientes em servidores distintos. No entanto esta opção confere ao Oracle uma flexibilidade adicional no ajuste de performance e uso do disco.
  • SQLLoader é uma ferramenta para importação de grandes volumes de dados em arquivos texto em diversos formatos. E uma ferramenta realmente robusta e flexível que pode lhe ajudar a fazer ETL, migrar dados de plataformas distintas, etc.
  • O Oracle permite a paralelização de operações pesadas, incluindo backups lógicos, importações via SQLLoader, consultas longas, etc. No PostgreSQL, você tem o PGPool II que permite a paralelização de consultas pesadas, mas não tem ferramentas para outras situações. Você também pode disparar duas operações de backup lógico em separado definindo partes diferentes do banco de dados para a operação. No entanto, crieio que a opção de paralelização seja uma alternativa interessante.
  • O RAC (Real Aplication Cluster) é uma solução conhecida de cluster de banco de dados no Oracle. O RAC é uma solução que permite escalar o Oracle horizontalmente além de prover uma considerável tolerância a falhas. O PostgreSQL tem a capacidade de escalar verticalmente melhor que o Oracle, mas não tem ainda uma solução para escalar horizontalmente, nem uma solução para tolerância a falhas que seja síncrona, apesar de em Linux existirem soluções para isto. Existe um projeto chamado PGCluster II que promete fazer uma implementação semelhante ao RAC no PostgreSQL.
  • As ferramentas de monitoramento da Oracle são realmente úteis. A partir do Oracle 10g o “Database Control” tem facilidades realmente interessantes e acredito que a versão 11g tenha melhorado mais ainda isso. Existe um projeto chamado Cedrus que promete cobrir boa parte deste vácuo no PostgreSQL. No entanto, já existem ferramentas como o Munin, que fazem um bom monitoramento do servidor e possui algumas extensões para o Oracle, PostgreSQL e MySQL, além de ser simples criar novas extensões.
  • Ajuste automático de memória. O Oracle possui alguns parâmetros de inicialização se ajustam limites de memória para o Oracle e deixa ele distribuir este espaço entre as diversas áreas internas. Isto realmente pode simplificar muito o trabalho do DBA. Já ouvi falar que o pessoal da SUN tem interesse em investir em mecanismos deste tipo no PostgreSQL, mas isto ainda deverá levar alguns anos para se concretizar.
  • Os índices do tipo bitmap ajudam muito em colunas de baixa cardinalidade e poucas gravações. O PostgreSQL tinha programado para implementar esta funcionalidade na versão 8.3 mas adiou para a versão 8.4. No entanto os índices bitmap são utilizados na memória (mas não em disco) no PostgreSQL em durante uma busca.
  • O Particionamento de tabelas do Oracle também tem algumas vantagens sobre o particionamento do PostgreSQL como o particionamento por hash e outras funcionalidades que ajudam a dar manutenção em tabelas particionadas.
  • Controle de transações dentro de um bloco PL/SQL. Isto é algo que me faz falta no PostgreSQL quando você precisa de funções mais complexas. No PostgreSQL todo o bloco PL roda dentro de uma única transação, enquanto do Oracle você pode declarar o begin, commit, rollback e savepoint dentro do PL/SQL.
  • Visões materializadas, são coisas possíveis de serem feitas utilizando-se gatilhos e funções no PostgreSQL, mas é bem mais fácil quando você já tem uma estrutura sintática pronta para isso como no Oracle.
  • O Jobs Scheduler é ferramentas do Oracle que permite o disparo de ações específicas através do agendamento em horário específico, se repetindo ou não em intervalos programados. Muitas pessoas resolvem esta ausência utilizando o CRON do Linux, mas o Job Scheduler tem uma série de funcionalidades interessantes, além de permitir tratar tudo via SQL.

É claro que o Oracle tem a mania de abocanhar o mundo e oferece uma miríade de funcionalidades, algumas exóticas e certamente algumas que eu não conheço. Se você sentiu falta de algum item, por favor deixe a sugestão nos comentários. Muito do que está aqui acaba sendo importante para quem pretende migrar de Oracle para PostgreSQL e não sabe se vai encontrar as funcionalidades que espera.

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